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Exposições virtuais ou físicas: por que as empresas devem realizar?

Aprenda a explorar esse tipo de evento corporativo de forma estratégica para mobilizar stakeholders



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Exposição 150 anos Nestlé Foto: Fábio Chiba - Acervo Nestlé Centro de Memória

No cenário corporativo atual, as empresas buscam maneiras inovadoras de se conectar com seus públicos e fortalecer suas marcas. Realizar exposições — sejam elas virtuais, físicas ou híbridas — pode ser uma maneira de alcançar esses objetivos.


Neste artigo, você vai descobrir o que é extroversão de acervos, vai saber como as empresas podem utilizar exposições de memória institucional para mobilizar seus stakeholders, vai compreender o passo a passo de como realizar uma mostra de memória empresarial e vai conhecer cases de empresas que já desenvolveram esse tipo de evento corporativo.


Continue a leitura para descobrir como transformar acervos de memória em eventos corporativos estratégicos.


Extroversão de acervos de memória


A extroversão de acervos é um trabalho fundamental no campo da memória empresarial e tem como objetivo mostrar os documentos corporativos e trazer à tona as histórias que a partir deles podemos contar. Extroverter é pôr para fora, dar a ver, iluminar, disponibilizar.


Um acervo deve estar acessível a todos que tenham interesse em conhecê-lo, e facilitar esse acesso é crucial para promover a preservação da trajetória das organizações e a disseminação do conhecimento sobre os assuntos relacionados a ela.


Por meio desse tipo de trabalho, as informações preservadas nos documentos históricos transformam-se em recursos vivos e dinâmicos que enriquecem a pesquisa, a educação e inspiram os públicos, além de ser uma ferramenta estratégica de relacionamento para a instituição em questão. A extroversão de acervos pode ser realizada em diversos formatos, tais como livros comemorativos, brindes, filmes, cada um oferecendo uma maneira única de acessar e interagir com o patrimônio documental.


A relevância das exposições de acervos históricos institucionais


O historiador francês Pierre Nora introduziu, no final da década de 1970, o conceito de "lugares de memória". Esse termo designa espaços ou elementos que servem como vetores da memória, capazes de ativar e despertar lembranças. Diversos formatos de extroversão de acervos podem ser considerados lugares de memória. As exposições, em particular, são exemplos por excelência, pois funcionam como espaços onde a memória se refugia e se cristaliza.


As exposições - virtuais ou físicas - são um formato interessante de extroversão de acervos empresariais, se a ideia for cativar o público interno e externo, engajar stakeholders e criar um vínculo duradouro entre os visitantes e a história da organização.


Para celebrar seu aniversário de 30 anos, a farmacêutica Adium no Brasil transformou a parede da recepção de sua sede em uma exposição que conta a trajetória da empresa no país. Essa iniciativa permitiu que diversos públicos de interesse — colaboradores, parceiros, clientes e agentes de venda — pudessem conhecer mais sobre as origens, a trajetória, a identidade e a reputação da companhia.



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Painéis expositivos na Adium Foto: Acervo Raiz

Se você deseja saber como criar um lugar de memória na sua empresa, continue a leitura.


Como realizar exposições físicas ou virtuais?


Desenvolver projetos expositivos de acervos de memória institucional exige planejamento e organização cuidadosos. Confira as etapas a seguir:


Em primeiro lugar, é preciso pensar em “para quem”, “para quê” e “quando” esse projeto será realizado. O público-alvo pode ser interno ou externo, abrangendo diferentes faixas etárias e graus de vínculo com a instituição.


Exposições podem ter diversos propósitos, como educar, inspirar, entreter ou conscientizar. Além disso, elas servem para reforçar a identidade e a reputação de uma organização, fortalecer vínculos com os visitantes e promover responsabilidade histórica e social, ao tratar dos contextos onde a instituição atua. Dentre as ocasiões mais comuns em que uma exposição pode ser criada, destacam-se as datas comemorativas e aniversários da empresa e de suas marcas, as fusões e aquisições, as inaugurações de espaços, os lançamentos e relançamentos de produtos e serviços, a mobilização e homenagem de funcionários e setores.


A Nestlé sedia uma exposição permanente para comunicar sua expertise na área de pediatria e reforçar seu vínculo com o seu público. A mostra foi inaugurada junto com a abertura de uma nova fábrica de fórmulas infantis em Araçatuba (SP) e foi estrategicamente posicionada na antessala do anfiteatro do prédio administrativo. Esta exposição não apenas destaca a contribuição da Nestlé para a saúde infantil, mas também conecta os frequentadores aos valores e à história da empresa.


Após analisar o público-alvo, o objetivo e a ocasião da exposição, o próximo passo é aprofundar o conhecimento sobre a instituição, empresa, marca, produto ou tema a ser abordado. Isso deve ser feito por meio de uma pesquisa sócio-histórica, permitindo assim a definição de um tema de forma mais específica e direcionada.


Na ocasião dos 70 anos da Refinaria de Capuava-Recap, da Petrobras, a equipe queria celebrar a data com a criação do Espaço Memória, uma exposição física permanente para contar a trajetória da unidade. Para isso, a Raiz Projetos e Pesquisas de História desenvolveu uma pesquisa sócio-histórica para conhecer a fundo a história da refinaria. A partir deste estudo, definiu quatro núcleos temáticos importantes para a exposição: o território, as origens, os produtos e as pessoas.


Uma vez que o tema da exposição foi definido, contextualizado e estudado, é preciso fazer o levantamento e o mapeamento dos acervos disponíveis. Devem fazer parte do checklist perguntas como:


  1. A instituição tem um acervo histórico centralizado?

  2. Quais outros acervos - públicos e privados - podem conter jornais e revistas, fotografias e cartazes, objetos e vídeos sobre o tema da exposição?


Uma boa abordagem para coleta de documentos históricos descentralizados é a elaboração de uma campanha de sensibilização para arrecadação de documentos que estejam sob a guarda de colaboradores e consumidores. Também é possível criar documentos a partir de projetos de história oral, cujas entrevistas em vídeo ou áudio se tornam documentos históricos que podem ser utilizados na exposição.


A avaliação das oportunidades visuais e de informações do acervo reunido é o estágio seguinte, assim como a definição ou análise do espaço - físico ou virtual - a ser utilizado para a exposição. No caso das exposições virtuais, elas podem ser em um formato de site ou ainda uma reprodução 360º da exposição física. O projeto expográfico e o plano de layout são criados nesta etapa.


Exposição virtual ou exposição física: como escolher?


Para decidir entre a realização de uma exposição virtual ou física, uma empresa ou instituição deve considerar diversos fatores para garantir que a escolha alinhe-se com seus objetivos, recursos e público-alvo. Confira abaixo o que deve ser avaliado para definir a melhor opção.


Exposições Virtuais

São ideais para alcançar um público global e democratizar o acesso à informação, oferecendo acessibilidade contínua e sem limitações geográficas. Essas exposições tendem a ser mais econômicas em termos de custos diretos, como aluguel de espaço e transporte, mas podem exigir um investimento significativo em tecnologia e plataformas digitais. Elas são especialmente adequadas para um grupo diversificado que prefere ou só pode acessar o conteúdo online, como jovens e pessoas familiarizadas com tecnologia.


A Raia Drogasil criou o Museu do Universo da Farmácia (Mufa), um museu virtual que explora a História e Filosofia da Farmácia, práticas profissionais e a evolução da indústria farmacêutica. Entre os marcos históricos destacados estão a criação da primeira vacina contra a varíola em 1798, a descoberta do bacilo de Koch, que identificou as bactérias causadoras da cólera e tuberculose, e o desenvolvimento da penicilina, uma das maiores conquistas médicas do século 20.


MUFA-Exposição Virtual - Museu Virtual - Raia Drogasil
Museu do Universo da Farmácia - MUFA, da Raia Drogasil

Exposições Físicas


São mais eficazes para criar uma experiência imersiva e sensorial, proporcionando uma conexão emocional profunda com o público. Exposições físicas geralmente requerem um maior investimento em infraestrutura, segurança, transporte, montagem e manutenção, além de custos adicionais para preservar os itens exibidos. Elas são mais apropriadas para grupos locais que valorizam a interação presencial e a experiência tangível.

Ao considerar esses fatores, uma empresa pode tomar uma decisão baseada no tipo de exposição que melhor atenderá às suas necessidades e objetivos.


Exposições híbridas - física e virtual


Exposições híbridas combinam elementos de mostras físicas e virtuais para oferecer uma experiência integrada. Parte do conteúdo é exibido fisicamente, permitindo a interação direta dos visitantes, enquanto outra parte é acessível online, oferecendo alcance global e acesso contínuo. Esse formato busca atingir um público mais amplo, unindo a imersão das exposições físicas com a acessibilidade e interatividade das virtuais. Exposições híbridas podem incluir tours 360º, recursos interativos, transmissões ao vivo e conteúdos digitais complementares, como vídeos e materiais educativos.


A exposição comemorativa dos 150 anos da Granado, empresa brasileira de cosméticos, medicamentos e perfumaria, foi inicialmente realizada no Museu Nacional do Rio de Janeiro. Inaugurada poucos dias antes da declaração oficial da pandemia de COVID-19 no Brasil, a mostra precisou adaptar-se ao novo cenário para garantir a segurança de todos. A solução encontrada foi migrar para o ambiente digital, transformando a exposição em um tour 360º virtual.


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Exposição de 150 anos da Granado no Museu Nacional Foto: Granado


Exposição como evento corporativo


A exposição de um acervo histórico institucional pode ser um evento corporativo estratégico, por fortalecer a identidade e a cultura da empresa, engajar diversos stakeholders, reforçar a reputação e confiança, e comunicar aos diferentes públicos sobre sua trajetória e valores.


Esse tipo de mostra pode ser uma poderosa ferramenta de marketing ao aumentar a visibilidade da empresa, além de servir como um instrumento de responsabilidade histórica, ao destacar sua relação com o contexto territorial e setorial em que atua. Ao proporcionar uma experiência imersiva e reflexiva, a exposição ajuda a estreitar relações internas e externas, destacando o compromisso da empresa com sua história e seu futuro.


Se você deseja desenvolver um projeto como este, entre em contato com a Raiz. Nossa equipe pode fornecer consultoria histórica, conduzir pesquisas aprofundadas ou gerenciar a execução completa de uma exposição virtual ou física, do início ao fim.

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